O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse, na sexta-feira (11), que a eleição para presidente da República é “mais destino do que vontade própria”.
“Aspiração de quem foi prefeito, governador, enfim, é legitima. E no meu caso, especificamente, eu estou focado totalmente na reconstrução do meu estado”, comentou Leite durante evento, na cidade de São Paulo, com autoridades, empresários e acadêmicos sobre segurança pública, promovido pela Comunitas, organização da sociedade civil especializada em modelar e implementar parcerias sustentáveis entre os setores público e privado.
Leite está em seu segundo mandato como governador do Rio Grande do Sul. Segundo ele, ao longo de 2025, será discutido o que ele pretende fazer nas próximas eleições gerais, em 2026.
Força do centro
Sobre os resultados do primeiro turno, Leite disse que as eleições municipais mostraram uma grande força do centro e da centro-direita.
Entretanto, a articulação desse espectro político “é mais complexa porque ela tem uma diversidade maior de lideranças”, diferente da esquerda, que “se aglutina mais facilmente no entorno do líder que tem”, em referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Momento do PSDB
No pleito municipal, o PSDB viu sua força política ser reduzida quase pela metade, passando de 515 prefeituras para 269.
O governador gaúcho — que já foi presidente do partido — avalia que o desempenho eleitoral não traduz o que possa vir a acontecer no futuro. Ele usa o exemplo do PT, que em 2020 venceu 178 prefeituras e, “dois anos depois, elegeu o presidente da República”.
Em sua opinião, o desempenho dos tucanos “não é um resultado que se celebre por força numérica, mas é um resultado expressivo dentro do quadro desafiador que se impôs ao partido dentro da polarização que se estabeleceu entre PT e PL”.
Ainda de acordo com Leite, o momento impõe ao PSDB uma discussão de fusão, federação ou composição partidária, para aumento de sua força política.
O analista de política da CNN Pedro Venceslau informou em setembro que o partido pretende discutir o aumento de sua federação, que já inclui o Cidadania, com o PDT e o Solidariedade.
“A sobrevivência de uma alternativa através do PSDB impõe uma relação com outras forças políticas por conta das regras que nós temos”, comentou o governador.