Pais de alunos mortos a tiros em ataque a escola estadual de Cambé pedem indenização de quase R$ 2 milhões ao Governo do Paraná

(Foto: Arquivo pessoal)

Os pais dos alunos mortos a tiros no ataque ao Colégio Estadual Professora Helena Kolody, de Cambé, no norte do Paraná, entraram com uma ação na Justiça pedindo uma indenização de R$ 1.969.587,19 ao Governo do Paraná.

O pedido cita que o poder público “tem o dever de zelar pela integridade física e moral” dos estudantes dentro de estabelecimentos escolares, e que a ação é movida em razão da “imensa dor” acarretada aos familiares em razão dos danos sofridos.

Karoline Verri Alves, de 17 anos, e Luan Augusto, de 16, eram namorados e morreram após serem baleados por um ex-aluno de 21 anos de idade, que invadiu a escola atirando. O assassino disse à polícia que escolheu as vítimas aleatoriamente e fez pelo menos 16 disparos dentro do colégio.

O pedido cita o trauma dos pais “em terem perdido os filhos insubstituíveis de forma tão trágica”.

“Por certo que a partir do momento em que o aluno é colocado sob cuidado da Escola Estadual, inicia-se a responsabilidade direta pelos acontecimentos de dentro da escola, segurança, saúde e demais condições do aluno, para isso existindo obrigatoriamente nas instituições de ensino a presença obrigatória de funcionários e guardas de segurança”, afirma o documento.

À RPC, Dilson Antonio Alves, pai de Karoline, criticou a falta de segurança de colégios estaduais e comentou o pedido de indenização.

“A questão de processo e valores não é nem tão significante, porque o valor mesmo é incalculável. […] A ideia nossa é não deixar isso esquecido, estar sempre lembrando esse fato tão aterroziante que aconteceu no colégio com os nossos filhos”, afirmou.

O pedido de indenização está tramitando na Justiça.

O g1 e a RPC aguardam resposta da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) sobre o caso.

Relembre o caso
O crime aconteceu por volta das 9h do dia 19 de junho de 2023.

Segundo a PM, um ex-aluno, de 21 anos, foi até a direção do colégio para solicitar documentos e começou a atirar.

Karoline Verri Alves, de 17 anos, foi baleada na cabeça e morreu no local. O namorado dela, Luan Augusto, de 16 anos, também foi atingido na cabeça. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Universitário de Londrina (HU), mas morreu na madrugada do dia seguinte.

O assassino foi contido por um homem que trabalhava ao lado da unidade de ensino e correu para o local assim que ouviu os primeiros tiros. Ele disse que era policial e segurou o jovem até a chegada de outras equipes da PM.

O atirador foi preso e, no dia 21 de junho, foi encontrado morto na cela.

Além dele, outras cinco pessoas foram presas suspeitas de terem envolvimento no crime. Segundo a polícia, eles auxiliaram no planejamento e/ou incentivaram o ataque.