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Brasil tem condições de autossuficiência em produção de fertilizantes a partir da Aquicultura, apontam estudos

No mundo do agro brasileiro, o assunto mais comentado e que gera preocupação é sobre a possível falta de fertilizantes, devido ao conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia. O país russo é o principal fornecedor do produto.

Considerando o tamanho do Brasil, com tantas riquezas, minerais, é a hora do Brasil utilizar as reservas de nitrogênio, fósforo e potássio e tornar-se autossuficiente para que o agro continue com sua autoprodutividade, apontam estudos.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pasta comandada pela deputada federal Tereza Cristina, possui alguns planos para que não venha ocorrer a falta de fertilizantes. Um desses planos é bem caseiro. Integrantes da Secretaria de Aquicultura e Pesca, liderados pelo secretário da pasta, Jorge Seif Junior, e pelo secretário-adjunto, Jairo Gund, estão trabalhando desde 2020 na ampliação de liberação do cultivo de macroalgas da espécie Kappaphycus alvarezii, matéria prima-rica para a produção de bioferlilizantes.

Após alguns estudos, dados apontam que tal solução está na aquicultura marinha. As macroalgas possuem minerais, bioestimulantes e potássio, que serviriam de matéria-prima para a fabricação de fertilizantes no Brasil. Além disso, tornaria o produto mais barato e aumentaria a produção agrícola de forma considerável.

O cultivo comercial das macroalgas está limitado há apenas alguns estados. Para que o Brasil seja autossuficiente na produção de fertilizantes, o cultivo das macroalgas precisa crescer consideravelmente e, para isso, precisa de liberação de órgãos ambientais, onde ainda a ala ideológica ambiental trava o agronegócio, apesar dos avanços do governo Bolsonaro.

Com o propósito de regulamentar o setor dos fertilizantes orgânicos e dos biofertilizantes, destinados à agricultura, o MAPA instituiu a Instrução Normativa Nº 61, de 8 de julho de 2020, entretanto, no Art. 12, item III, referente aos biofertilizantes de Extratos de Algas, é exigido que o produto a ser comercializado no território nacional, sob a forma líquida ou sólida, contenha, respectivamente, pelo menos, 1% e 5% de ácido algínico, produto este que faz parte da composição natural dos extratos, obtidos de macroalgas que crescem nos mares de zonas temperadas do planeta. 

Segundo consta em um artigo do professor Maulori Curié Cabral, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), considera-se nas argumentações, que desde 2005, é mantido um cultivo comercial de K. alvarezii, em Pitimbu-PB, garante a subsistência de uma família de algicultores do local. Da segunda parte do arquivo do processo IBAMA N° 02001004993/2005-95, referente ao relatório da visita técnica, efetuada em 20/06/2006, pela equipe do IBAMA, para averiguar o cultivo local da espécie. O referido cultivo é citado também nas publicações de Lucena el al (2007) e de Araújo et al (2013), constituindo-se assim, numa experiencia ambiental, realizada sob condições precárias, por 17 anos, sem qualquer relato de evento invasivo. Assim sendo, a continuidade do trabalho, com as linhagens de K. alvarezii, que vêm sendo cultivadas em Pitimbu-PB, apresenta-se como uma alternativa que pode ser, facilmente, expandida no Nordeste, para gerar matéria prima que fortaleça o agronegócio.

Com Luiz Fernando Cerni




05/03/2022 – Rádio Cristalina

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