Câmara aprova flexibilização de regras de licitações em áreas de calamidade

(Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

A Câmara aprovou, nesta quarta-feira (18), projeto que beneficia o Rio Grande do Sul com a flexibilização de regras de licitações públicas em áreas em situação de calamidades.

O projeto já havia sido aprovado pelos deputados em agosto, mas retornou após o Senado incluir mudanças no texto. O texto segue agora para a sanção presidencial.

A proposta faz parte do pacote de medidas do governo para atender ao Rio Grande do Sul, atingido por enchentes em maio.

O projeto foi apresentado pelos deputados José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e Marcon (PT-RS). O texto repetiu o conteúdo de duas medidas provisórias (MPs) editadas antes pelo Executivo.

O projeto foi único item analisado na sessão, convocada de última hora na noite de terça-feira (17) após apelos do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).

O que muda?
Na prática, a proposta diminui as exigências previstas na Nova Lei de Licitações e Contratos para aquisição de bens e contratação de obras e de serviços, inclusive de engenharia, destinados ao enfrentamento de desastres.

Também será garantida subvenção econômica para operações de crédito para produtores rurais, microempresas e empresas de pequeno porte prejudicadas pelos eventos climáticos extremos.

Emendas
O relator do texto no Senado, Paulo Paim (PT-RS), havia proposto seis emendas ao texto a pedido do governo.

O relator na Câmara, deputado Bohn Gass (PT-RS), por sua vez, acolheu integralmente quatro mudanças.

O trecho excluído estabelecia que, na dispensa da apresentação de documentação sobre a regularidade fiscal do contratante, deveria ser considerado o dispositivo constitucional que proíbe a contratação, pelo poder público, de pessoas jurídicas em débito com o sistema da seguridade social.

Gass argumentou que o trecho “violaria o interesse público e a isonomia” e poderia prejudicar micro e pequenas empresas nas contratações emergenciais.

As mudanças incluídas pelo Senado e confirmadas na Câmara determinam:

  • aumentam a autorização para subvenção econômica para R$ 3 bilhões;
  • autorizam o uso do superávit financeiro do Fundo Social, limitado a R$ 20 bilhões, para financiar ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e de enfrentamento a calamidades públicas;
  • autorizam o aporte em até R$ 600 milhões no Fundo de Garantia de Operações para a cobertura de operações no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e Programa Nacional de
  • Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe);
  • asseguram a eficácia de dispositivo constitucional que veda peremptoriamente a contratação, com o poder público, das pessoas jurídicas em débito com o sistema da seguridade social.

 

A emenda acolhida parcialmente foi a respeito de um trecho que determinava que as empresas que recebessem recursos de linhas de financiamento deveriam manter ou ampliar o número de empregos existentes anteriormente à calamidade pública.

Integrantes da oposição criticavam esse ponto. Eles chegaram a anunciar obstrução em protesto contra a emenda, mas, em negociação com o governo, o trecho foi modificado para que as empresas tenham a obrigação de manter apenas o número de empregados na data da publicação da lei.

Mesmo com o acordo feito para a mudança no parecer, a oposição manteve um destaque ao texto para a análise em separado e retirada do trecho. Na votação, a oposição foi derrotada e prevaleceu o relatório com os ajustes acordados.